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"Ele estava em meus braço", lamenta avô de bebê baleado em Paripe

Um bebê de 1 ano e oito meses foi atingido na barriga por uma bala perdida enquanto estava no colo do avô, em Paripe

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01/12/2014 às 8:28 • Atualizada em 30/08/2022 às 23:41 - há XX semanas
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Rubem segurava seu neto no colo quando o bebê foi atingido por tiro (Foto: Betto Jr)
“Ele estava nos meus braços e eu não consegui fazer nada. Por um milagre eu não fui atingido também”. Emocionado, Rubem Alberto da Silva Lago, 69 anos, resumiu seu desespero quando percebeu que seu neto, o bebê Mario Gabriel Lagos Sansão, de um ano e oito meses, foi atingido por uma bala perdida, na manhã do domingo (30), por volta das 9h30, na Rua Poli, na Estrada da Cocisa, em Paripe.O menino estava na porta de casa, no colo do avô, quando dois grupos de traficantes rivais começaram a atirar. O tio do menino, Rubem Alberto da Silva Lago Junior, 29, contou que ele estava fazendo um serviço em seu carro na porta de casa e o pai chegou com o sobrinho e eles ficaram lá conversando. “De repente a gente ouviu os disparos e todo mundo começou a correr e se abaixar”, lembrou. De acordo com Rafael Chaves, 26 anos, vizinho da vítima, foram cerca de três bandidos de duas facções rivais que começaram o tiroteio. “Eles pareciam ser menor de idade. Quando viram que o bebê levou o tiro um deles falou: ‘o tiro pegou no menino, vamos, vamos!’ E foram embora”, disse.

Bebê foi atingido na barriga (Foto: Reprodução/Betto Jr)

O tiro atingiu a barriga da criança. Segundo a tia do bebê, Geisa Lago, 30 anos, o menino passou por uma cirurgia na manhã de ontem, mas de acordo com informações de funcionários do hospital repassadas à família ele não corria risco de morte. Ainda segundo a tia, os pais da vítima, o chefe de armazém Mario Sansão, 39 anos, e a doméstica Tatiane Sousa Lago, 31 anos, estão muito abalados. “Eles não querem nem falar e nem aparecer, porque estão com medo”, disse. Ele tem ainda mais uma irmã, de 8 anos, e três irmãos por parte de pai. O vizinho Rafael Chaves contou que o local vive a mercê da guerra do tráfico e que a troca de tiros entre traficantes é frequente. “Lá é só bala e fogo. E nós moradores ficamos reféns dentro de casa com medo de sair”, falou. O tio do menino revelou que existem duas bocas de fumo no bairro de facções rivais e que elas disputam o poder no tráfico de drogas da região constantemente. Agentes da 5ª Delegacia de Polícia, em Periperi, informaram ontem que os responsáveis pelos disparos ainda não foram identificados. De acordo com o boletim de ocorrência, o carro de Rubem também foi alvejado por dois tiros enquanto levava o menino para o hospital.
Correio24horas

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