As sete escolas que estão sem funcionar no bairro de Valéria, serão vistoriadas pela guarda civil municipal para determinar em quais delas as aulas podem ser retomadas. As instituições estão fechadas desde sexta-feira (15), após operação que resultou na morte de um agente federal.
De acordo com a Prefeitura de Salvador, a inspeção acontece ainda nesta terça-feira (19), para que alunos e professores possam retornar ás atividades na quarta (20). Segundo a gestão municipal, a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) solicitou que as escolas que estejam em raio de ação das operações não sejam reabertas.
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Ainda segundo a Prefeitura, a estimativa é que a operação da Guarda Civil envolva pelo menos quatro viaturas e 20 agentes. Não há prazo para finalização da vistoria.
Pela manhã, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que as aulas nas escolas São Francisco de Assis, Batista de Valéria, Nossa Senhora Aparecida, Milton Santos, Afonso Temporal e CMEI João Paulo I permaneceriam suspensas.
Inicialmente, foi divulgado pelo órgão na noite de segunda-feira (18) que aulas seriam retomadas nessa terça, mas voltaram atrás ainda no começo da manhã. Cerca de 2.607 alunos estão sem aula.
Ônibus voltam a circular no bairro
A circulação de ônibus no bairro de Valéria e na estrada do Derba foram retomadas na manhã desta terça-feira (19). A normalização do serviço acontece quatro dias após o início de ações no bairro na sexta-feira (15), que já deixaram um policial federal e nove suspeitos mortos.
Com a normalização, os coletivos voltam a circular até o final de linha de Valéria, na localidade de Nova Brasília, após decisão em uma reunião entre equipes da Secretaria de Mobilidade (Semob), Polícia Militar e do Consórcio Integra na noite de segunda-feira (19).
Ainda de acordo com a Semob, o secretário de Mobilidade, Fabrizzio Muller, solicitou apoio na segurança pública para a retomada da operação. Equipes do órgão e propostos das concessionárias estarão pela região para orientar os usuários sobre a retomada do transporte e acompanhar a operação.
Segurança e combate à violência
Em entrevista à GloboNews na tarde desta segunda-feira, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, falou sobre a atuação de facções na região e em outras partes do estado.
"Nós temos a influência das facções do Sudoeste, em especial do Rio de Janeiro, em facções locais. São Modos operandis muito parecidos, com demonstração de arma de fogo, com demonstração de poder bélico, com ataques não só à comunidade, mas também em relação aos seus rivais, e o enfrentamento às forças policiais".
Diante da situação, a Polícia Federal enviou à Bahia nesta segunda-feira três veículos blindados para reforçar o combate à violência e ao crime organizado na capital. Os veículos e viaturas foram embarcados em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro. A expectativa é que eles cheguem na cidade entre quarta (20) e quinta-feira (21).
De acordo com a Polícia Federal, os blindados serão utilizados por equipes do Comando de Operações Táticas (COT) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI). Os veículos são utilizados por outras Superintendências Regionais e já estavam na programação da instituição.
"As viaturas já estavam definidas para reforçar o nosso trabalho. Não se trata de uma medida nova. Outros estados têm os seus blindados e agora a Bahia está sendo contemplada", explicou o Superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria.
Os reforços chegam a Salvador após a operação no bairro de Valéria, que resultou na morte do agente federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, de 42 anos, ocorrida na sexta-feira (15).
Dois militares, um federal e outro civil também ficaram feridos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nas últimas 72h, 9 suspeitos morreram em confronto com a polícia e um foi preso.
Com o reforço, a Polícia Federal baiana passa a atuar com cinco veículos blindados nas operações da força tarefa de segurança, que conta reúne as PF e as polícias Civil e Militar. Dois deles já estão na Bahia e voltarão para o Rio de Janeiro depois das ações. Cerca de 400 homens estão atuando nas ações, sendo que 42 são federais que viajaram para reforçar a atuação.
