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O tablet vai reinar absoluto nas árvores de Natal dos brasileiros. É que, a partir de agora, quem comprar um equipamento deste tipo fabricado aqui no Brasil vai pagar até 36% mais barato, graças à lei sancionada esta semana pela presidente Dilma Rousseff, que diminuiu de 9,5% para zero as alíquotas de PIS e Cofins que incidem sobre a venda dos tablets produzidos no país desde 23 de maio deste ano. Segundo a publicação do Diário Oficial da União de ontem, o governo considera como tablets passíveis de obter isenções fiscais aparelhos “sem teclado, que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140 centímetros quadrados e inferior a 600 centímetros quadrados”. Os tablets nacionais, porém, só começam a ser vendidos em dezembro. “Até o momento, os tablets produzidos aqui utilizam tela importada, pois não existe fábrica de telas no Brasil”, explicou Hugo Brito, colunista do CORREIO e gerente de operações da Rede Bahia. Mas o tablet pode custar mais barato se os governos estaduais promoverem a redução do ICMS. Aqui na Bahia, por enquanto, a secretaria da Fazenda (Sefaz) não tem definição sobre o tema. “Ainda não recebemos nenhuma solicitação de isenção de impostos para fabricação desse tipo de produto aqui na Bahia”, assegurou o superintendente da Sefaz, Claúdio Meireles. Já o secretário de Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, acredita que a tendência é o governo baiano acompanhar as diretrizes do governo federal. “Investir nesse tipo de tecnologia significa socializar o acesso à informação. Já são fabricados tablets na Bahia e isso vai animar as empresas do setor a investir ainda mais”, pondera.
EsperaPara Hugo Brito, a iniciativa do governo barateia a compra do tablet, que hoje custa entre R$ 1 mil e R$ 2,6 mil. Mas, Brito alerta que os usuários precisam prestar atenção ao custo de conexão à internet, que é em torno de R$ 60 por mês. “As operadoras ainda não se movimentaram para facilitar a tarifação para acesso à internet”. E na hora de contratar o plano para que o equipamento navegue na internet, o consultor financeiro Lucas Leal é enfático. “O consumidor deve fazer uma boa pesquisa de preços entre as operadoras, procurar o plano que melhor se adequa ao seu perfil e aproveitar os pacotes que muitas operadoras oferecem para quem já é cliente de telefone fixo, celular ou internet. Basta pesquisar nos sites das operadoras, pois todos eles têm os preços dos pacotes”, indica. Do ponto de vista de Leal, quem precisa de um tablet e pode esperar até chegarem os produtos com preços mais baixos deve se esforçar para segurar a compra. “É muito mais vantajoso esperar. Um desconto de mais de 30% do valor do produto é interessantíssimo”, diz. Levando em consideração o desconto de 36%, o tablet ZTE V9, que hoje custa R$ 1.499, pode sair por R$ 959,40. Outro tablet que começará a ser fabricado aqui no Brasil, o iPad 2, pode ter seu preço de R$ 1.649 reduzido para R$ 1.055,40. Já a Semp Toshiba fabrica aqui na Bahia o MyPad, que custa hoje R$ 1.399 e pode sair por R$ 895,36.
Isenção atrai novas empresasCom as novas regras, o governo pretende estimular a produção de tablets no Brasil. No entendimento do secretário da Indústria e Comércio da Bahia, James Correia, a novidade tem tudo para atrair empresas dessa área. “O governo baiano, inclusive, está negociando com algumas empresas. Hoje, já temos a Semp Toshiba produzindo tablets na Bahia”, informou Correia. Já a assessoria de imprensa da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic), responsável pelo Polo de Informática de Ilhéus, informou que a empresa Invix do Brasil, instalada em Ilhéus, inicia sua produção de tablets a partir de novembro. A lei de isenção fiscal sancionada pela presidente veio a calhar no momento em que a taiwanesa Foxconn exigiu facilidades tributárias para produzir o iPad, da Apple, em uma fábrica em Jundiaí (SP). A Foxconn pretende instalar no Brasil duas fábricas para produção de telas sensíveis ao toque, utilizadas em tablets, alguns modelos de celulares e televisores, conforme afirmou ontem o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante . “Só quatro países no mundo hoje produzem o display. Nós queremos que o Brasil seja o primeiro país do Ocidente a entrar nesse segmento. É um investimento muito grande em termos de volume de recursos, não é uma única fábrica”, disse o ministro. A expectativa do governo é de que junto com as fábricas, empresas de componentes da área de computação também se instalem no país. Segundo Mercadante, seis estados estão na disputa pela Foxconn. O presidente da empresa informou que os investimentos da Foxconn serão da ordem de US$ 12 bilhões, mas ressaltou que o prazo para tal investimento depende da capacidade da engenharia local em receber toda a tecnologia necessária.