“Foi um arrastão pela Avenida Sete, um arrastão de São Pedro e de Jesus”. Com essas palavras, um dos diáconos da paróquia de São Pedro, na Piedade, encerrou ontem a procissão que celebrou o dia do santo. Os fiéis percorreram as ruas do centro, passando pela rua Direita da Piedade, pelo Politeama de Baixo, pelo forte que leva o nome deste que é o padroeiro dos pescadores, no Campo Grande, e retornaram pela Avenida Sete até a Praça da Piedade. “Esse é um momento de renovação da fé e também de alegria, de estar junto desse mar de gente que tem em comum a mesma crença”, diz a aposentada Francisca Sena, 63. E se os fiéis lembravam o mar, lá estava São Pedro no seu barco, recebendo os pedidos e as homenagens dos católicos. Uma rede de pesca de aproximadamente 100 metros completou o cenário, sendo disputada entre os religiosos, que pareciam orgulhosos em tocar e balançar o instrumento de trabalho da figura bíblica. Para a realização da missa solene campal - que seguiu outras sete missas realizadas no templo - um palco foi montado em frente à igreja. Considerados os pilares da igreja, as imagens de São Pedro e São Paulo pareciam sustentar a estrutura. “São Pedro é um modelo para as práticas cristãs, um ícone que reforça a necessidade de continuarmos o anúncio do evangelho e da justiça”, pontua o bibliotecário Luiz Curcino, 67. Pela primeira vez, o arcebispo primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, participou da celebração. No seu sermão, pediu orações para a situação da seca no interior, além de lembrar do papa Bento XVI. “Peço também orações para esse papa, a quem tenho tanto carinho. Ele que tem levado a barca de Pedro em situações dolorosas precisa das nossas orações”. São Pedro é considerado o primeiro papa da religião e este ano a sua festa tem como tema “São Pedro e o Concílio Vaticano II”.
Como já é tradição, houve quem levasse chaves de casa ou de carro para serem abençoadas pelo santo responsável pelas portas do céu. “Porque a Bíblia diz que tudo o que é ligado na terra, é ligado no céu. Por isso, as pessoas fazem essa analogia com as chaves reais”, explica Luiz. “Consegui comprar um carro que estava precisando para ajudar no meu trabalho. Para continuar dando tudo certo eu trouxe a chave para receber a bênção”, conta o comerciante Joilson Santos, 35, “vou deixar São Pedro na direção, agora”, brinca. São diversos os motivos para que os católicos se apeguem ao santo. Mas há categorias que têm motivos especiais. São Pedro é padroeiro dos pescadores, por causa da sua profissão. Em Salvador, comerciantes, como Joilson, também se apegam ao santo, porque a sua paróquia está perto do maior centro de comércio popular da cidade. Além disso, São Pedro é padroeiro dos porteiros, pelo fato de Jesus Cristo ter lhe confiado as chaves dos céus; e também dos viúvos e viúvas, porque era viúvo. Cada um com seu motivo, mas com uma única devoção, os fiéis encerraram ontem com músicas religiosas e fogos os festejos iniciados na quarta.
Com a imagem de São Pedro no seu barco, centenas devotos católicos saíram em procissão pelas ruas do Centro |
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