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O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela permanece hospitalizado, pelo segundo dia consecutivo, enquanto o governo mantém silêncio sobre seu estado e o país reza pela sua recuperação. Mandela, de 94 anos, foi hospitalizado na madrugada de ontem (8), em Pretória, "em estado grave, mas estável", devido à recaída de uma infeção pulmonar, segundo informou a Presidência da República comunicado.
O porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, explicou posteriormente que Mandela tinha uma pneumonia, mas respirava sem ajuda de aparelhos, o que considerou um "bom sinal". Desde então, a Presidência não divulgou informações sobre o estado de Mandela. "A Presidência disse que emitirá um comunicado sobre a saúde do ex-presidente Nelson Mandela nesta tarde", informaram a rádio local Eyewitness News e a televisão estatal, SABC.
Muitos sul-africanos aproveitaram as cerimônias religiosas dominicais nas igrejas para rezar pelo primeiro presidente negro do país, que lutou contra o apartheid, regime de segregação racial imposto pela minoria branca do país até 1994.
Ontem o presidente Jacob Zuma pediu aos compatriotas que dedicassem suas orações a Madiba, nome de clã do ex-presidente. "O nosso presidente Madiba deve recuperar rapidamente. Nós também devemos rezar por ele", disse Zuma, citado pelo diário sul-africano City Press, numa reunião de membros de seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA).
Embora o governo não tenha informado onde Mandela está internado, alguns jornalistas estão concentrados à porta de um hospital de Pretória onde se suspeita que possa estar o ex-presidente. Há jornalistas acampados também em frente à casa de Mandela no bairro de Houghton, em Joanesburgo, mas não houve qualquer movimento significativo no local, segundo os meios de comunicação.
Esta é a quarta vez, desde dezembro, que Mandela é internado num hospital. O ganhador do Prêmio Nobel da Paz, que tem problemas pulmonares há anos, tinha tido alta hospitalar em abril, após internação de dez por causa de uma pneumonia.
Em dezembro, ele ficou hospitalizado 18 dias com uma infeção pulmonar e para cirurgia de retirada de pedras na vesícula, naquela que foi a sua mais longa hospitalização desde que saiu da prisão, em 1990. Sua última aparição pública foi na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de Futebol de 2010, disputada na África do Sul.